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Financiamento: em minutos deixei de perder R$ 6 mil

Por Lúcia Camargo – A escalada da taxa Selic, que em um ano passou de 2% para 10,75% e ainda segue em tendência de alta, impacta diretamente nos juros cobrados pelos financiamentos de veículos, que representam mais de 50% entre as formas de pagamento de um carro.

Como alternativa, algumas instituições financeiras buscam diferentes formas de financiamentos para atrair os consumidores. Há alguns dias recebi a informação de uma nova modalidade da Chevrolet Serviços Financeiros, o Plano Zero Chevrolet: entrada a partir de 50% do valor do veículo e o saldo remanescente ao final do contrato após 11 meses. O cliente tem uma única parcela residual ao final do contrato, ou seja, não há pagamento mensal.

O cliente pode usar o valor do veículo para quitar a parcela residual e dar entrada em um novo carro, ou ainda, quitar a parcela final e continuar com o veículo.

O plano está disponível para o Cruze zero-km, que parte de R$ 135.660, na versão LT, com valor mínimo de 50%. Entrei no site, que oferece um simulador. Coloquei 50% de entrada e reparei que de cara é preciso gastar R$ 68.242 (que não é exatamente metade do preço do carro, porque envolve outros custos), o que daria um residual, após 11 meses, de R$ 79.496.

Como fica o financiamento “convencional” – Em contato com uma concessionária, a vendedora me ofereceu um financiamento convencional. Coloquei os mesmos 50% de entrada, com parcelas mensais, sem residual nos mesmos 12 meses.

E olha só como é importante a conversa com seres humanos. Nesse caso, sem pedir, ela concedeu um abatimento, deixando o Cruze a R$ 134.670. Por isso a digitalização, que veio para ficar, nem sempre lhe garante a vantagem de uma boa conversa e um desconto.

Com 50% de entrada, seriam 12 x de R$ 6.180, ou R$ 74.160. Isso significa que o Cruze custaria, no final, R$ 141.495 pelo financiamento convencional em 12 parcelas versus R$ 147.738 pelo Plano Zero.

Palavra da especialista – Rosi Ferruzzi, da Planejar (Associação Brasileira do Planejamento Financeiro), afirma que esse tipo de operação é mais indicado a pessoas com rendas sazonais, empresários ou autônomos ou quem não quer ter o incômodo das parcelas.

A especialista em finanças dá algumas dicas antes de fechar negócio:
1- Faça um planejamento;
2- Nunca se descapitalize ou use sua reserva de segurança para dar de entrada;
3- Veja se este valor de 50% inicial cabe em seu orçamento e se você terá os 50% restantes para daqui a 11 meses;
4- Calcule quais são os custos ao adquirir um carro zero, principalmente em seguro;
5- Avalie as condições do contrato;
6- Faça simulações de outro tipo de financiamento caso não tenha dinheiro para comprar à vista, o que é sempre ideal.

Conclusão – Embora o novo Plano Zero seja indicado para perfis específicos (como executivos que recebem bônus ou pessoas que aguardam uma indenização, por exemplo), essa “facilidade” tem seu preço. E a diferença de meros R$ 6 mil pode ser empregada em outras despesas, como a revisão do carro e o seguro.

As palavras de ordem, seja comprando à vista ou a prazo, são: pesquisar e barganhar.
Nem todas as novidades cabem em seu bolso nem são feitas para seu perfil e seu momento.
As altas dos juros pedem planejamento e uma compra consciente. E nunca dispense uma boa conversa com um vendedor de verdade. Ele pode fazer muita diferença.

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